Descubra quais são as diferenças e cores dos tubos de coleta de sangue!

Para profissionais como biomédicos, técnicos de análises clínicas e enfermeiros, é essencial entender quais são as diferenças entre os tubos de coleta de sangue. 

Um conhecimento mais profundo sobre as cores dos tubos de coleta, para entender, por exemplo, quais são os aditivos presentes neles, é essencial para se ter uma maior assertividade e evitar erros na fase pré-analítica.

Neste artigo, vamos abordar:

  • Tubos, aditivos e tipos de amostra
  • Afinal, qual tubo de coleta usar? Entenda a separação por cores
    • Tubo azul
    • Tubo vermelho ou amarelo
    • Tubo verde
    • Tubo roxo
    • Tubo cinza
  • Sequência correta dos tubos de coleta
  • Atenção para as principais interferências!

Tubos, aditivos e tipos de amostra

Os tubos de coleta servem para a conservação do material e processamento das amostras e possuem diferenciação por cores, a maioria possuem aditivos que podem acelerar a coagulação sanguínea ( ativador de coágulo) ou retardam a coagulação (anticoagulante).

A padronização por cores é universal e foi feita para com que seja mais prático na hora de coletar o exame evitando assim possíveis interferências no resultado. As cores comuns são azul, roxo, vermelho ou amarelo, verde e cinza, podendo ainda ter algumas diferenciações de tonalidades, específicas de cada fabricante. 

Os aditivos por sua vez, são ativadores de coágulo, que ao entrar em contato com a amostra promove uma cascata de coagulação e ao centrifugar o material, há a separação de coágulo e soro. Os anticoagulantes possuem substâncias que inibem as proteínas de coagulação, quando centrifugado, separa em coágulo e plasma. 

Sendo assim, há 3 tipos de amostra para análise sanguínea, o sangue total, o plasma sanguíneo e o soro. 

tubos de coleta de sangue

Afinal, qual usar? Tubos para coleta de sangue

Saber qual tubo de coleta de sangue utilizar é essencial para conseguir garantir que o exame como um todo seja realizado corretamente, evitando assim a perda da amostra e a necessidade de pedir por uma nova coleta. Visto que, cada aditivo tem sua função em preservar os componentes da amostra e garantir um exame correto.

O sistema de padronização para sua distinção é da seguinte forma:

Tubo Azul

O tubo de tampa azul contém citrato de sódio. Ele é recomendado no caso de uma análise de coagulação. O plasma sanguíneo é obtido após a centrifugação e então podendo ser detectado proteínas de coagulação e indicadores como Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina ativada (TTPa).

Tubo vermelho ou amarelo

O tubo de coleta de sangue vermelho ou amarelo possui ativador de coágulo em si, fazendo com que o processo de coagulação seja acelerado, resultando em um processo que favorece a qualidade do soro. Podendo também, em sua maioria, acompanhar de um gel separador que difere com maior propriedade o soro das células de coágulo. 

Ou seja, são recomendados para análises bioquímicas, sorológicas, imunológicas e até mesmo para detecção de marcadores cardíacos e tumorais. Sendo por sua maioria o volume de amostras de um laboratório clínico.

Tubo verde

Os tubos verdes possuem heparina de lítio, aditivo anticoagulante. Este tubo é indicado em análises que precisam de plasma para determinações bioquímicas. A heparina é um anticoagulante que ativa as enzimas antiplaquetárias, bloqueando a cascata de coagulação.

Tubo roxo

Os tubos roxos possuem EDTA em suas paredes e são utilizados geralmente para realizar uma análise hematológica. Este tubo é indicado para rotinas de hematologia visto que, o anticoagulante usado é o mais indicado para preservar a morfologia celular.

Tubo cinza

Os tubos cinzas possuem fluoreto de sódio dentro de si e são indicados para medir a dosagem de glicose, lactato e hemoglobina glicada no plasma. O fluoreto é utilizado como inibidor glicolítico e evitando a degradação da glicose sanguínea.

Sequência correta dos tubos de coleta de sangue

Para garantir uma melhor coleta, é indicado que o profissional utilize a sequência adequada dos tubos, que seria:

  1. Tubo Azul (citrato de sódio)
  2. Tubo Amarelo/Vermelho (ativador de coágulo)
  3. Tubo Verde (heparina)
  4. Tubo Roxo (EDTA)
  5. Tubo Cinza (fluoreto de sódio/EDTA)

Atenção para as principais interferências

As interferências podem ocorrer por diversos motivos, tanto pelas condições fisiológicas do paciente quanto alterações externas provenientes de erros pré-analítos e até mesmo analíticos. 

As interferências podem ocorrer de acordo com aspectos físicos do paciente, ingestão de medicamentos, doenças crônicas, contaminação de amostra, coleta traumática, entre outros. As alterações dos exames devem ser analisadas pontualmente em cada caso, em conjunto com o histórico do paciente e qualidade da amostra. As mais comuns são: 

Hemólise

A hemólise ocorre devido à lise (ruptura) das hemácias, liberando hemoglobina e componentes intracelulares no plasma ou soro. A liberação de hemoglobina faz com que o soro ou plasma apareça vermelho pálido até a cor vermelha cereja.

Isso acontece normalmente por uma coleta inadequada, mistura excessiva da amostra de sangue, transporte e armazenamento incorretos. Amostras hemolisadas alteram algumas substâncias e devem ser analisadas cautelosamente. 

Lipemia

Amostras lipêmicas possuem um excesso de lipídios ou gorduras na corrente sanguínea. Esse fenômeno faz com que o plasma ou soro apareça turvo ou leitoso, interferindo principalmente em testes que usam sistemas ópticos de leitura.

A principal causa é a ingestão de alimentos gordurosos que, se moderada a intensa, interferem na contagem de leucócitos, plaquetas, eritrócitos e elevar muito a dosagem de hemoglobina.

Icterícia

A amostra ictérica é relacionada ao aumento dos níveis de bilirrubina. Ela é produzida pelo organismo quando os glóbulos vermelhos se desintegram pois é o produto da degradação da hemoglobina. O soro ou plasma ganham a cor amarelo brilhante sendo considerada característica de problemas hepáticos.

É importante lembrar que as interferências, de acordo com o grau e padrão do laboratório, podem ser motivo de nova coleta para o paciente pois podem alterar significativamente o resultado. Não sendo indicado a liberação de resultados alterados sem realizar a correlação com a amostra e clínica do paciente.

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Mainan Moraes

Biomédica, CRBM 6161, graduada pela faculdade UniSociesc, habilitada em Patologia Clínica com experiência em rotinas laboratoriais. Atuou durante 4 anos na empresa Dasa diagnósticos e possui vivência na bancada de trabalho de um Analista Clínico.

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