TAP e TTPA: aprenda sobre os exames de coagulação mais solicitados

Se você já foi ao médico, estuda ou trabalha na área da saúde, já deve ter ouvido falar dos exames TAP e TTPA, os dois testes são utilizados em rotinas de coagulação para detectar distúrbios homeostáticos. 

O Tempo de Atividade da Protrombina (TAP) e o Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) são mais utilizados na triagem de avaliação de doenças hemorrágicas e trombóticas. Além disso, também são capazes de fornecer resultados mais eficientes quando se trata de hemostasia primária e secundária. 

Acompanhe o artigo para entender melhor sobre os dois exames de coagulação mais solicitados na rotina laboratorial. Veja!

Exames de TAP e TTPA: Hemostasia e fatores de coagulação 

Antes de entendermos o que são e como são feitos os exames de TAP e TTPA, vamos abordar a hemostasia, os fatores de coagulação e ver como estão correlacionados. 

O sangue é composto por diversas substâncias que possuem sua função bem estabelecida e alguns desses componentes são chamados de fatores de coagulação. Existem 13 tipos de fatores de coagulação que por sua vez, possuem um papel importante em estancar hemorragias ao romper vasos sanguíneos. A nomenclatura é expressa em números romanos existido desde o Fator I até o Fator XIII. 

A hemostase, nesse sentido em específico, é o equilíbrio entre as proteínas anticoagulantes e pró-coagulantes que mantém o sangue fluindo normalmente pelos vasos sanguíneos, controla hemorragias e dissolve coágulos importunos. A alteração dentro desse ‘’sistema’’ causadas pelo desequilíbrio dos fatores dá origem à doenças como trombofilia e hemofilia. 

A cascata de coagulação é complexa e cheia de detalhes, divida em três vias – intrínseca, comum e extrínseca – mas o importante é saber que, ao realizar um rompimento de vasos sanguíneos ela é ativada e com auxílio dos fatores de coagulação em conjunto com outros componentes sanguíneos ocorre a hemostasia primária e secundária. Garantindo o estancamento do sangue e o posterior rompimento do coágulo.

  • Hemostasia primária: ação das plaquetas na formação do tampão plaquetário e estancamento da hemorragia
  • Hemostasia secundária: ação dos fatores da cascata de coagulação para formação de fibrina

Tempo de Atividade da Protrombina (TAP)

O exame de TAP ou Tempo de Atividade da Protrombina é um teste utilizado para avaliar a via extrínseca e via comum da coagulação. O exame analisa os fatores VII, X, V, II e o fibrinogênio. 

É utilizado para o diagnóstico de sangramentos, avaliação de risco cirúrgico, monitoramento do uso de anticoagulantes e, claro, verificar deficiência dos fatores de coagulação citados. 

O teste também resulta do tempo de atividade da protrombina, como a atividade enzimática e o International Normalized Ratio (INR) – índice internacional normalizado que padroniza mundialmente os resultados. Usado no controle de uso dos anticoagulantes.

Como é feito o exame de TAP?

O TAP é comumente realizado em equipamento automatizado e a metodologia consiste em adicionar ao plasma descalcificado pelo citrato –  o tubo de coleta é o citrato de sódio – um excesso de fator tecidual, a tromboplastina e íons de cálcio. Lembrando que, a protrombina é convertida em trombina em um tempo regular e a adição de cálcio em quantidade conhecida produz a coagulação do plasma. 

O tempo entre a adição do cálcio e a coagulação é chamado de tempo de ativação da protrombina. 

O INR é feito através do resultado de TAP e consiste na relação de valores do TAP, da média do valor normal de um TAP (que foi definida pela média de 20 valores normais de TAP avaliada em um laboratório padronizado específico) e o índice internacional de sensibilidade (IIS) que é específico para cada reagente e especificado pelo fabricante. 

Fórmula: 

tap formula exame

Valores de referência

TAP normal: entre 10 e 14 segundos

INR normal: entre 0,8 e 1. 

INR com uso de anticoagulantes: 2 e 3.

Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA)

O exame de TTP ou TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada) é usado na detecção de deficiências ou inibidores dos fatores de coagulação da via intrínseca e comum. Ou seja, avalia os fatores XII, XI, IX,VII, X, V, II e fibrinogênio. Além disso, também é utilizado para monitoramento de anticoagulantes à base de heparina. 

Como é feito o exame de TTPA?

A metodologia do TTPA também é automatizada e se baseia no tempo de recalcificação plasmática na presença de cefalina (substituto plaquetário) e de um ativador de partículas (geralmente silício) na presença de cálcio. O resultado corresponde ao tempo gasto para ocorrer a coagulação do plasma recalcificado em presença de cefalina.

Valores de referência

TTP normal: 24 a 40 segundos.

Exames de TAP e TTPA: Interpretações de resultado 

Como visto, os exames de TAP e TTPA são usados para avaliação de distúrbios na coagulação sanguínea, doenças que englobam os fatores de coagulação e fibrinogênio, hemorragia e monitoramento terapêutico de anticoagulantes. Um resultado de TAP e TTPA alto podem indicar deficiência de algum fator de coagulação, além de doença de Von Willebrand, CIVD, ineficácia do anticoagulante, uso de heparina e deficiência de vitamina K. 

A vitamina K é importante na constituição dos fatores de coagulação  II,VII, IX e X. Além disso, doenças como hemofilia e trombofilia também podem estar associadas com alteração nos valores de TAP e TTPA. Ressaltando que, é sempre importante correlacionar os resultados com história clínica, motivo da prescrição, idade e uso de medicações.

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Mainan Moraes

Biomédica, CRBM 6161, graduada pela faculdade UniSociesc, habilitada em Patologia Clínica com experiência em rotinas laboratoriais. Atuou durante 4 anos na empresa Dasa diagnósticos e possui vivência na bancada de trabalho de um Analista Clínico.

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